HISTÓRIA em um só clique!

segunda-feira, março 26, 2007

Austrália lusitana


Segundo a revista Época desta semana um mapa do século XVI sugere que os portugueses foram os primeiros europeus a chegar ao continente australiano, em 1522 – 248 anos antes de o capital inglês James Cook desembarcar na ilha.O mapa recém-divulgado estava numa biblioteca de Los Angeles, nos Estados Unidos. Trata-se de uma carta náutica, supostamente feita pelo navegador português Cristóvão de Mendonça. Ao reordenar dois mapas da carta, o pesquisador australiano Peter Trickett notou que ela ficava idêntica a um mapa da Baía de Botany, em Sydney. Mas ao ter conhecimento desta notícia, logo um questionamento vem às nossas mentes: por que Portugal teria mantido a carta em sigilo? Reflexões sobre o contexto histórico da época das Grandes Navegações podem nos leva a crer que o país lusitano queria evitar invasões à terra recém-descoberta, já que esta época foi caracterizada por um momento de guerra explícita em busca de mercados “livres”.

quarta-feira, março 21, 2007

Suspiros do passado

“Meu benzinho da minh’alma”, “meu amado”, “Senhora... juro ser vosso até morrer”, “Minha querida filha e amiga do coração”, “Cada vez lhe quero mais, se é possível”. Muitas foram as formas de dizer amor no passado. Muitos também foram os amores de personagens ícones da história brasileira. Afinal de contas, não existe uma curiosidade latente em se saber como se amava antigamente? Esta é a proposta da historiadora Mary Del Priore com o seu livro História do amor no Brasil.
Lançado em 2006 pela editora Contexto, o livro apresenta exemplos de casais “ilustres” da história do Brasil como a união entre Chica da Silva e o contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira. A tórrida relação de D. Pedro I com a marquesa de Santos e o envolvimento, nos primeiros tempos da América portuguesa, de Catarina Paraguaçu e Caramuru não poderiam deixar de ser citadas.
Outros relacionamentos ainda, apenas recentemente vieram à tona, encobertos por pesquisadores desatentos ou pelo preconceito contra o assunto: é o caso do fogoso barão de Rio Branco e sua fascinante Marie Philomène Stevens, atriz belga por quem rompeu com a família e arriscou a sua carreira diplomática.
Sem contar, o amor do presidente Juscelino Kubitschek com a bela pernambucana Lúcia Pedroso, desabrochado em plena construção de Brasília

Curiosidade histórica: o santo dos escravos fujões


Santo Antônio é normalmente invocado por moças à procura de marido, mas também é considerado eficiente quando se trata de encontrar coisas perdidas. No Brasil escravocrata, obrigaram-no – que blasfêmia! – a fazer papel de capitão-do-mato. Ele era o primeiro a ser lembrado quando se queria trazer de volta algum escravo fujão. Uma senhora revelou ao viajante Thomas Ewbank, que passou pelo território brasileiro no século XIX, ter recuperado um cativo graças à intervenção de Santo Antônio. A devota “torturou” a imagem que tinha em casa para apressar a realização do pedido: “Deve-se acender uma vela em frente do santo e pedir para mandar o fugitivo de volta, cuidar da imagem e não dar descanso até que retorne. Passadas algumas semanas, se não voltar, deita-se o santo com a face para baixo e põe-se uma pedra pesada em cima”.

domingo, março 18, 2007

Historiador apresenta aula pública no Theatro XVIII

O historiador Ubirajara Castro apresentará nesta segunda-feira (19), uma aula pública, com o tema "A economia de uma cidade colonial". A aula será no Theatro XVIII, às 19 horas. A proposta faz parte do projeto 'Penso, Logo Existo', em cartaz desde 2002 e que apresenta uma nova proposta de educação voltada para todos os públicos. A economia da província da Bahia no século XVII será um dos assuntos abordados. A entrada é franca.

quarta-feira, março 14, 2007

Livro discute a história da imprensa brasileira


Título: A imprensa na história do Brasil: fotojornalismo no século XX. Autores: Oswaldo Munteal e Larissa Grandi. Número de páginas: 200 / Formato: 23 x 30 cm / Coleção: Ciências Sociais n. 27 / Co-edição: Editora PUC-Rio e Editora Desiderata


“As imagens capturam mais do que o momento que podem flagrar: daí sua importância como documento histórico”. Foi partindo dessa premissa que o historiador Oswaldo Munteal, do Departamento de História da PUC-Rio e da UERJ, e a fotógrafa Larissa Grandi resolveram empreender uma inédita pesquisa sobre como a história do Brasil no século XX foi contada pela imprensa, com ênfase no fotojornalismo.
Amplamente ilustrado, impresso em quatro cores e com capa dura, o livro conta a saga dos veículos de comunicação impressos na busca por flagrar, por meio das lentes fotográficas, os melhores ângulos dos principais acontecimentos que nortearam a vida social, política e econômica do Brasil no século passado.
Fotorreportagens marcantes (muitas vencedoras de prêmios) foram selecionadas e reproduzidas no livro com o objetivo de retratar o século XX década por década. Para tanto, os autores recuperam páginas e capas publicadas em veículos do começo do século como Revista da Semana, O Malho e Fon-Fon!, passando por periódicos como Realidade, Manchete e O Cruzeiro até a constituição das grandes empresas jornalísticas da atualidade, como o jornal O Globo, a revista Veja, a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, entre outros. O livro conta ainda com um texto de apresentação de Evandro Teixeira, considerado hoje um dos principais fotojornalistas brasileiros.

segunda-feira, março 12, 2007

Cartografia histórica disponível na internet

A Biblioteca Nacional põe à disposição do público da internet um acervo de 1517 mapas que foram restaurados, catalogados e digitalizados. Através do Projeto Biblioteca Virtual da Cartografia Histórica, mapas raros, manuscritos – gravados ou impressos – dos séculos XVI/XVII e informações relevantes sobre a expansão territorial de vários continentes estão ao alcance tanto da comunidade científica quanto do grande público. Para ter acesso a esta relíquia histórica, consulte o site consorcio.bn.br/cartografia.

quarta-feira, março 07, 2007

Curiosidade histórica: um novo continente


Os antigos gregos pensavam que a região da Antártida se estendia da linha do Equador até o Pólo Sul. Ainda no século XV, essa parte desconhecida era representada nos mapas ligada à África e ao continente asiático. Foram os navegadores Vasco da Gama, em 1497, e Fernão de Magalhães, em 1519, que em suas viagens constataram a existência da terra austral como uma porção independente dos demais continentes.
Mais tarde, em 1577, o inglês Francis Drake descobriu que, ao contrário do que se acreditava, não era um estreito que separava os continentes da nova terra, mas sim uma longa passagem. No entanto, a Antártida só foi avistada três séculos depois, em 1820, pelo explorador russo Fabian von Bellingshausen. Mesmo assim, ele não se deu conta da descoberta, pois pensou que se tratava de icebergs.

segunda-feira, março 05, 2007

Ainda sobre o descobrimento...

As dúvidas e duplas versões que giram em torno do descobrimento do Brasil não se limitam a questionar se o descobridor do “tesouro perdido” seria Cabral ou Duarte Pacheco. A existência de uma rixa centenária entre Porto Seguro e sua cidade vizinha, Santa Cruz de Cabrália, também é motivo para muita discussão. A distância entre as duas cidades é de apenas 22 Km e Cabrália é quatro vezes menor. Elas disputam qual teria sido o ponto exato em que Cabral desembarcou e onde foi rezada a primeira missa em solo brasileiro.Os estudos oficiais dizem que foi o ilhéu de Coroa Vermelha, em Cabrália, onde o governo Médici ergueu uma grande cruz em 1973. Por outro lado, o diretor do centro cultural de Porto Seguro, Romeu Fontana garante que esta afirmação é um erro grave. O local certo teria sido uma baía em frente à cidade de Porto Seguro, onde se encontra uma outra cruz.Instalada a polêmica dos brancos, os índios também querem apitar. Os índios Pataxós, que vivem de artesanato em Coroa Vermelha, afirmam que nunca houve descobrimento e sim uma invasão. Segundo eles, quando Cabral chegou, os antepassados de sua quarta geração já eram habitantes dessa terra que os portugueses nomearam de Brasil. Este discurso está, sem dúvida, politicamente correto. Mas não historicamente. Os Pataxós são índios originários do interior de Minas Gerais que só chegaram ao sul da Bahia por volta de 1950. Os índios encontrados pela frota de Cabral eram tupiniquins e aimorés e, antes de serem dizimados pelos portugueses, viviam numa terra que, apesar da abundância de pau-brasil, prefiriam chamá-la de Pindorama – o país das palmeiras. Infelizmente, a cobiça irredutível dos europeus não permitiu que eles pudessem continuar vivendo livremente em seu país, que de Pindorama acabou se tornando Brasil.

sexta-feira, março 02, 2007

O Verdadeiro Cabral


“Esqueça tudo o que você aprendeu na escola sobre o descobrimento do Brasil. O primeiro português a vir às terras brasileiras não foi Pedro Álvares Cabral, ao contrário do que até hoje ensinam os manuais de história. O primeiro torrão de terra tupiniquim avistado pelos portugueses também não foi o Monte Pascoal, no sul da Bahia. O primeiro contato dos europeus com a terra brasilis tampouco ocorreu em 22 de abril de 1500".
Este é o início da reportagem especial divulgada pela revista ISTOÉ que revela a possibilidade de estarmos completamente enganados sobre o descobrimento do nosso país.
Segundo a matéria, trabalhos de pesquisadores portugueses, espanhóis e franceses revelam que o primeiro português a chegar ao Brasil foi o navegador Duarte Pacheco Pereira, um gênio da astronomia, navegação e geografia e homem da mais absoluta confiança do rei de Portugal, d. Manoel I. Duarte Pacheco descobriu o Brasil um ano e meio antes de Cabral, entre novembro e dezembro de 1948. Ele desembarcou aqui num ponto localizado nas proximidades da fronteira do Maranhão e Pará. Quando regressou a Portugal, o rei ordenou-lhe que a expedição deveria ser mantida em sigilo. O motivo? Este é simples: as terras encontravam-se em área espanhola, de acordo com a divisão estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas.
Um dos principais documentos que comprovam essa tese é o manuscrito, “Esmeraldo de situ orbis”, de autoria do próprio Duarte Pacheco entre 1505 e 1508 e que ficou desaparecido por quase quatro séculos. O manuscrito é, na realidade, um imenso relato das viagens de Duarte Pacheco Pereira não só ao Brasil, como à costa da África, principal fonte de riqueza comercial de Portugal no século XV. As melhores provas sobre o descobrimento do Brasil aparecem no capítulo segundo da primeira parte. Resumidamente o trecho diz o seguinte:
“Como no terceiro ano de vosso reinado do ano de Nosso Senhor de mil quatrocentos e noventa e oito, donde vossa Alteza mandou descobrir a parte ocidental, passando além a grandeza do mar Oceano, onde é achada e navegada uma tam grande terra firme, com muitas e grandes ilhas adjacentes a ela e é grandemente povoada. Tanto se dilata sua grandeza e corre com muita longura, que de uma arte nem da outra não foi visto nem sabido o fim e cabo dela. É achado nela muito e fino Brasil com outras muitas cousas de que os navios neste Reinos vem grandemente povoados".
Mesmo assim, a pergunta que não quer se calar ainda paira sobre as nossas mentes nos deixando dúvidas crescentes e poucas respostas definitivas: afinal de contas, quem é o verdadeiro Cabral?

quinta-feira, março 01, 2007

Era uma vez...


“E assim seguimos o nosso caminho por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas da Páscoa, que foram 21 de abril, estando da dita ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas (...). Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal, e à terra – a Terra de Vera Cruz".
Não são necessárias muitas explicações para se concluir que o trecho acima foi retirado de um dos registros históricos mais simbólicos: a Carta de Pero Vaz de Caminha. Escrita em 1° de maio de 1500, ela representa o primeiro documento descritivo de nosso país, sendo considerada a Certidão de Nascimento do Brasil. E não haveria melhor formar de inaugurar este blog de caráter histórico do que revivendo os escritos que compõem essa relíquia literária. Na carta, Caminha relata todos os detalhes do descobrimento precisamente. Desde os primeiros contatos com os nativos, as características e possíveis riquezas da terra até as mínimas providências tomadas pela frota de Cabral. Ao mesmo tempo, são evidentes o ideal português de propagar o cristianismo aos indígenas e a preocupação mercantilista, como podemos destacar no trecho: “Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem". É surpreendente como desde os primórdios de seu desenvolvimento, o Brasil já é alvo de uma atmosfera em que a ganância e a cobiça egoísta são elementos fundamentais. Porém, nada se compara à nossa realidade atual. Hoje, são os próprios frutos dessa terra – os brasileiros – que a colonizam, a consomem e destroem. A dominação portuguesa foi extinta, entretanto ela persiste nos atos corruptos e desleais de nossos políticos, chefes, conhecidos ou não que habitam essa nação. A clássica Carta de Pero Vaz de Caminha não representa apenas o início de nosso Brasil, mas o início de uma trágica história de terror em que se espera que o mocinho, no final, seja vitorioso.

Blog Histórico?

História?! Vamos voltar à época do ginásio ou segundo grau? Época em que tínhamos que decorar tantas datas, nomes, lugares e eventos?! Um pouco de calma, por favor! Este é apenas o meu blog produzido para a disciplina Oficina de Jornalismo Digital. E por qual motivo este tema foi o escolhido? A resposta é bem simples. Sempre gostei de ler e pesquisar esta área de estudo tão rica e complexa. A história normalmente está confinada à prisão de escolas e universidades. Encontra-se, a meu ver, afastada de sua principal finalidade: levar o ser humano a refletir sobre as formas de vida e de organização sociais em todos os tempos e espaços, procurando compreender e explicar suas causas e implicações. Através deste blog, concebido de um ser ainda inexperiente na criação e desenvolvimento de tal ferramenta, não irei me limitar a enumerar fatos e mais fatos. Alguns já bem conhecidos por todos, acredito! Mas tentarei associar esses fatos a vivências da atualidade, injetando um certo tom jornalístico (não poderia faltar). Em suma, o meu propósito é dar “cara” a uma História subjetiva, impressionista e analisada por alguém que a sente, que a vive aliada ao Jornalismo como fonte divulgadora.