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segunda-feira, março 05, 2007

Ainda sobre o descobrimento...

As dúvidas e duplas versões que giram em torno do descobrimento do Brasil não se limitam a questionar se o descobridor do “tesouro perdido” seria Cabral ou Duarte Pacheco. A existência de uma rixa centenária entre Porto Seguro e sua cidade vizinha, Santa Cruz de Cabrália, também é motivo para muita discussão. A distância entre as duas cidades é de apenas 22 Km e Cabrália é quatro vezes menor. Elas disputam qual teria sido o ponto exato em que Cabral desembarcou e onde foi rezada a primeira missa em solo brasileiro.Os estudos oficiais dizem que foi o ilhéu de Coroa Vermelha, em Cabrália, onde o governo Médici ergueu uma grande cruz em 1973. Por outro lado, o diretor do centro cultural de Porto Seguro, Romeu Fontana garante que esta afirmação é um erro grave. O local certo teria sido uma baía em frente à cidade de Porto Seguro, onde se encontra uma outra cruz.Instalada a polêmica dos brancos, os índios também querem apitar. Os índios Pataxós, que vivem de artesanato em Coroa Vermelha, afirmam que nunca houve descobrimento e sim uma invasão. Segundo eles, quando Cabral chegou, os antepassados de sua quarta geração já eram habitantes dessa terra que os portugueses nomearam de Brasil. Este discurso está, sem dúvida, politicamente correto. Mas não historicamente. Os Pataxós são índios originários do interior de Minas Gerais que só chegaram ao sul da Bahia por volta de 1950. Os índios encontrados pela frota de Cabral eram tupiniquins e aimorés e, antes de serem dizimados pelos portugueses, viviam numa terra que, apesar da abundância de pau-brasil, prefiriam chamá-la de Pindorama – o país das palmeiras. Infelizmente, a cobiça irredutível dos europeus não permitiu que eles pudessem continuar vivendo livremente em seu país, que de Pindorama acabou se tornando Brasil.